quinta-feira, janeiro 05, 2012

As (in)diferenças de trabalhos

Não sei se já repararam, mas muita gente faz a a diferenciação do que é ou não um trabalho decente. Não falo relativamente à responsabilidade do trabalho ou ao salário ganho com o mesmo. Falo mesmo sobre os tipos de trabalhos que todos presumem que são melhores que os outros. 

Pessoalmente não acho que empregos como médico, advogado, juiz, secretária, professor e afins, devam receber maior distinção social que os varredores de estradas, trolhas, agricultores ou os homens do lixo. Como disse, não me refiro à responsabilidade de cada um pois são responsabilidades de diferentes graus. Mas não acho que uma pessoa que trabalha, por exemplo, na caixa registadora de um super-mercado deva receber menos respeito por parte da sociedade que o médico de emergência do hospital.

Mas isto sou eu que penso assim. Até à próxima e cuidado com os jovens com marcas de cinto na testa.

5 comentários:

Xs disse...

Pois!
Tens razão, mas acho que TODOS nós já tivemos (ou ainda continuamos a ter) esse preconceito!

*Nightwish* disse...

Eu estou sempre a contar as histórias que se passam comigo nos comboios. Quando viajo com o casaco do curso e que diz Direito em letras bem gordas e vermelhas, os picam nem me tratam mal de todo, quando não o levo, sé me roncam... O mesmo quando olham para o meu aspecto mais para o metaleira e mandam piadinhas, mas quando digo o curso em que estou, parece que sou alguém do outro mundo...
Não se mede a nobreza das pessoas pelas suas profissões, mas pelo ser carácter.
Bjs******

O meu reflexo disse...

Tens toda a razão, mas ainda ha muitas cabeças por mudar por ai!

Afal disse...

A verdade é que precisamos de todos os empregos para ter uma sociedade funcional. Gostava de ver o que era de nós, sem homens do lixo ^^ Mas as pessoas lá se dão ao trabalho de parar para valorizar quem faz os chamaos trabalhos baixos? É mais fácil olhar só para os bem "cotados"...

AnCaLaGoN disse...

Não digo que alguns trabalhos devam ser vistos como menores, mas digo que alguns devem ser muito mais recompensados.

Ora vejamos, um varredor de rua pode sair da escola ao 9º ano e começar a trabalhar. Se ele falha um pormenor nada de mal vem ao mundo. Um empregado de mesa numa pastelaria qualquer a mesma coisa, o pior que lhe pode acontecer é errar no pedido e chatear o cliente porque este queria uma nata em vez de uma queijadinha.

Mas agora podemos comparar com uma das profissões que mais respeito, e que devia ser cada vez mais bem recompensada. Médicos. Vou pegar num cirurgião. São 12 anos de escolaridade, mais 5 de universidade mais as especialidades. ao todo equivale a quase 20 anos de escolaridade onde, por força dos requisitos de notas e conhecimentos, estes abdicam de coisas que outros estudantes não abdicam. Abdicam de noites de borga, de férias, de ver uma série ou um filme quando lhes apetece, abdicam muitas vezes de vida pessoal em detrimento dessa opção.

Quando eu faço um erro abro o programa em que trabalho, corrijo e sigo em frente. Quando um cirurgião cardiovascular faz um erro ele tem de explicar à família do paciente porque é que ele morreu. Muitas das vezes é acusado de crime de negligência médica, e em alguns casos de puro e simples homicídio. A pressão que ele enfrenta todos os dias é simplesmente gigante.

O mesmo se diz por exemplo de um controlador aéreo, ou de um engenheiro responsável por conceber um avião seguro, um carro seguro.

Eu sei que neste mundo todos temos vontade de dizer a coisa bonita, todos os empregos são honrados e todos são iguais... mas a verdade é que isso não é real. Há empregos onde um erro destrói vidas... e há outros onde um erro nem sequer é notado.

O que quero dizer é: Todos os empregos são honrados e honestos... mas alguns valem muito, mas muito mais do que outros.